Sobre trânsito e escolhas
(Devaneios de uma motorista presa há 50 minutos dentro de um carro)
Caetano,
Temos sorte de nos deslocarmos pouco no dia a dia.
E eu tenho sorte de dirigir pouco, muito pouco.
E quanto menos eu dirijo, menos quero dirigir.
E quanto menos eu dirijo, mais eu me surpreendendo com o quanto o trânsito de Belo Horizonte está ruim.
E quanto mais o trânsito fica insuportável, mais eu questiono sobre o modo de vida que escolhemos para a gente.
Se nada mudar, mesmo se nós dermos conta, as cidades provavelmente não vão dar.
E não dá pra fugir disso sem deixar de fazer parte de um contexto mais amplo (não é a toa que está todo mundo na rua ao mesmo tempo, dirigindo seu próprio carro financiado em incontáveis vezes).
Por isso, Caetano, sinta-se a vontade para desafiar os padrões.
Às vezes a gente se sente preso à amarras que não existem, se não dentro de nós. Falo isso por mim mesma.
Seja corajoso.
E agarra-se à única coisa que realmente nos prende: a necessidade de ser feliz.
(com qualidade de vida, por favor!)