Pausa na maternagem: todo mundo parou para assistir as olimpíadas

Caetano,
Saindo do meu monotema, maternidade, para entrar no monotema do momento, olimpíadas.
Você nasceu em época de festa. O Rio de Janeiro finalmente sediava uma edição dos Jogos Olímpicos. Mas a verdade é que o país estava um caos. Crises em todos os setores. Ia tudo realmente muito mal. E então os jogos chegaram, num clima de "é óbvio que vai dar tudo errado." A bruxa estava solta.
Mas os pessimistas de plantão foram pegos de surpresa: ontem, na abertura das olimpíadas, deu tudo incrivelmente certo.
O Brasil deu um show. Emocionou. O mundo aplaudiu.
E aí me deparo com um artigo como esse, que insiste em disseminar pessimismo e críticas, mesmo quando somos ovacionados. O show de ontem não foi obra do governo. Foi trabalho de milhares de brasileiros, a maioria formada por voluntários. E foi muito bem feito.
Já estive em 51 países e nunca deixei de receber um sorriso largo em 100% das vezes que respondi à pergunta "where are you from?". Somos unanimidade no mundo nos quesitos cultura, alegria, criatividade e energia. E foi essa energia que fez a festa de ontem linda. Se isso é o que temos de melhor (e não vejo motivo para nos envergonharmos disso) vamos usar a nosso favor.
A política tá um lixo, a economia tá um lixo, tá quase tudo uma grande merda. Mas continuar nesse clima de auto sabotagem é que não vai nos levar a lugar nenhum. As olimpíadas estão aí, quer a gente concorde ou não, e precisa ser bem feita. Precisa ser bem feita para não acabar de vez com o que resta da reputação do país, mas também porque, apesar de tudo, sabemos e gostamos de fazer bem feito. Com jogo de cintura e não com jeitinho, apesar de qualquer adversidade.
Se os milhões gastos com os jogos deixarem como legado apenas o retorno de um pouquinho da nossa auto estima já está de bom tamanho. O brasileiro (e eu também) está precisando disso. Porque qualquer mudança depende justamente de quem se alegra e se permite celebrar um pouco em meio ao caos do dia a dia: todos nós, brasileiros. E depende, acima de tudo, da nossa alegria, da nossa criatividade, da nossa energia.