7 meses
Caetano,
7 meses.
Cara de rapazinho.
Olhos gigantes. Ávidos e curiosos.
O tempo continua voando, mas dessa vez de forma ainda mais angustiante.
Quase não acho um momento para escrever. Tempo para mim.
Ainda não consegui encaixar a nova Flavia na velha rotina. Ou velhos hábitos nessa vida tão nova.
Disseram que os três primeiros meses é que eram difíceis. Que ia passar. Tirei de letra. Mas não me falaram sobre o sétimo (ou qualquer que seja o mês da separação). Sobre como seria difícil retomar uma velha vida em meio a tanta novidade.
Mas novamente me disseram: vai passar.
Bobagem.
Passa. Mas vem outro desafio logo em seguida. E por aí vai. Muda a dificuldade. Permanece o que há de bom. E vamos aprendendo, juntos, a viver essa nova vida: juntos.
Você parece adorar a escolinha, apesar das noites mal dormidas, única novidade desde então. Anda comendo de tudo, mas se interessando cada vez menos pelo mamá. Mais uma dor.
Os adultos são péssimos exemplos quando o assunto é adaptação.
Não aprende, combinado?
E é em meio a essas dores que comemoro mais um mês ao seu lado. Com palavras rápidas, talvez um pouco desconexas (foi o que o dia permitiu), mas sempre com muito amor.
Porque apesar de qualquer desafio, de qualquer dificuldade, nada é mais prazeroso que estar diante desses olhos gigantes. Nada é mais prazeroso que chegar em casa e, exausta, ver o seu sorriso.
O tempo anda escasso, porém intenso.
E, apesar de tudo, são tempos felizes.
Basta um sorriso.