8 meses

Caetano,

Com atraso, mas em tempo.

8 meses.

Apenas 8 meses e aquele bebezinho frágil e indefeso não existe mais.

Seu negócio agora é conquistar o mundo. Exatamente como eu sonhei.

E foram muitas as conquistas do último mês.

Teve o seu primeiro dentinho. E eu chorei ao saber que já deveria começar a me despedir do sorriso banguela mais fofo do mundo. Se tem uma coisa que eu gostaria de guardar para sempre é isso: seu sorriso banguela. É de derreter qualquer coração.

Depois veio a primeira febre e você tirou de letra. Coisas da escola. Já sabíamos que seria assim e demorou até bastante tempo para acontecer. Também já sabíamos que isso nos deixaria com o coração na mão... Dito e feito! Mas foi apenas uma febrezinha boba, coisas de bebê. Só mesmo para preparar a mamãe para as próximas (e provavelmente muitas) que ainda virão.

E aí veio a grande conquista. Pouco depois de completar 7 meses você nos surpreendeu e começou a engatinhar. No início, receoso e desengonçado. Hoje, cada vez mais desenvolto. As quedas ainda são constantes, mas não te intimidam.

Morro de orgulho.

E é claro que não parou por aí. Porque pra que andar apoiado nos joelhos se todo mundo se movimenta em pé?! E então engatinhar virou apenas um pretexto para chegar até um ponto de apoio onde você possa se manter de pé. Pode ser uma cadeira, o sofá, a perna de alguém e claro, por que não, a caixinha da tomada, afinal, você é um escalador nato. Mais quedas. A mamãe de cabelo em pé. Mas o medo ainda não faz parte do seu repertório. O desejo de descobrir o mundo, esse sim.

Morro de orgulho.

E como se não bastassem tantas novidades, teve também o seu primeiro carnaval. Teve baile, bloco, praça, chuva e confete. E você virou Hulk, anjo, Fred Flintstone, palhaço, pirata, salva-vidas e Batman.

Por uma semana pudemos ser quem quiséssemos.

Você não gostou muito da festa. Era muita gente. Barulho demais. Mas não poupou sorrisos dentro de cada fantasia. Incorporou os personagens com aquela alegria típica que não sai do seu rosto, ainda que não fizesse ideia do que aquilo significava. Parecia entender como é gostosa a sensação de podermos ser o que quisermos.

Tomara que você nunca se esqueça disso, Caetano, ainda que como fruto de uma brincadeira de carnaval. Espero que você aprenda que nessa vida você pode, sim, ser tudo o que quiser. E apenas o que quiser.

Sem fantasias.

Porque usar máscaras é uma delícia, mas apenas por uma semana. Somente no carnaval.