Caos
Caos!
É o nome da minha casa quase todos os dias pela manhã.
Temos hora para sair.
O mais velho tem como lema: enrolar! Faz corpo mole no sofá. Mastiga cada colher do iogurte por cerca de dois minutos. Sim, ele mastiga o iogurte. Diz que é difícil de engolir. Que não cabe na boca. Perco a paciência. Desisto do iogurte. Faltam 15 minutos para sair. O professor de natação não espera, embora Caetano pense que sim. Ele chora: “”mamãe dá o iogurte”.
Respira três vezes e vai.
O mais novo quer preparar a própria refeição. Aveia espalhada pela cozinha. Mini mãozinhas meladas de mel encostando na parede. “Mamãe, quer café?” A xícara Le Creuset espatifa no chão. Era uma vez uma coleção.
Saem todos da cozinha. “Mamãe, cocô”. Corre para o trocador. “Neném limpa”, “Neném passa pomada”, “Neném põe a “falda””. Tem que estimular a autonomia né? Manda a autonomia pra pqp! “Augusto, vamos trocar o pijama”. Troca o short. Tira a blusa. A blusa sobe como se rasgasse as costas da criança com pitadas de crueldade e sal. O grito estremece o prédio. O choro intenso rouba o fôlego do bebê, que quase desmaia. Uma respirada profunda (ufa!). Mais um grito: “Queroooooo battttttttttttttttttttttttttttt” Desisto novamente. E lá se vão três dias seguidos com o pijama do Batman. Vou jogar o pijama do Batman no lixo. Se eu conseguir tirar um dia, claro.
A saga segue.
São 8:15 e já corri uma maratona.
Saíram!
Silêncio.
“Mãe, o que você prefere? Ganhar na loteria ou 10 minutos de silêncio?”
Dá logo esse silêncio, por favor!!!
E bora trabalhar.
Porque a maior parte do tempo não é de foto bonitinha no Instagram.
Viva a vida real.
Caos!
Só abraça e vai.
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