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Caos

A manhã por aqui começou assim.

Mas não se enganem. Depois disso vieram momentos de caos.




Aliás, a maioria dos momentos das nossas manhãs são de puro caos. O cansaço já bate forte antes mesmo do café. E a gente medita, se descabela, tira paciência de onde nem imagina, perde a paciência, fala baixo no ouvido, depois ensaia um grito. Tenta sair correndo, volta. E tudo bem. Tá todo mundo com os nervos à flor da pele. Tá todo mundo com sono. E todo mundo é de carne e osso. Acerta, erra, sorri, chora. A vida é assim. A vida com filhos não seria diferente. São momentos ambíguos. Altos e baixos. Exatamente como naquela manhã de segunda-feira em que não queremos levantar da cama e somos surpreendidos no fim da tarde com um encontro de supermercado delicioso e inesperado com aquela amiga que não vemos há tempos. E nosso dia se transforma. Vamos dormir radiantes. Esquecemos o resto. E tá tudo bem! Tá tudo bem se render ao caos por alguns (ou muitos) instantes, mas permitir que, estabelecida a calmaria, seja essa a cena da primeira foto aquela a ser comemorada. Toda maternidade é real. E não há porque só exaltar o lado bom ou o ruim. Real de verdade é tudo aquilo que tem dois lados. O que fazer com isso é que nós podemos escolher. E crianças são mestres em nos ensinar que, por maior que seja a entrega ao caos, é possível que o sorriso que vem a seguir seja ainda mais intenso. Quem tem um filho de dois anos sabe bem do que eu estou falando. Sejamos assim então: intensos na dor. Mas mais intensos ainda no amor. E tá tudo bem.


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      Flávia Vilhena
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Sou a Flávia. Mãe do Caetano e do Augusto. Viajante, ex-blogueira (de viagem), advogada e agora escritora...

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