A maior aventura da minha vida
Há cerca de 6 anos eu achava que vivia a maior aventura da minha vida. Parecia ser um grande ato de coragem.
Bobagem.
Pular de um avião a 4.000 metros de altura, despencando em queda livre a 200km por hora pode parecer insano, mas a verdade é que é fácil brincar com o medo, com a adrenalina e com as leis da física quando o risco é calculado, quando existe controle sobre quase todos os imprevistos que (raramente) podem acontecer. Ouso até palpitar que essa aparente loucura é mais segura do que dirigir para o trabalho.
Inocente eu que, orgulhosa do meu grande feito, não fazia ideia do que me esperava dois anos depois.
Porque coragem mesmo é entregar nosso coração para bater dentro de um outro ser. Coragem é viver por e para um novo pedacinho de gente que vira nossa vida de cabeça pra baixo, depois de uns 4 ou 5 loopings de 360o, em velocidade nunca antes vista. Coragem é saber que o frio na barriga não vai acabar quando nossos pés tocarem o chão. Porque nossos pés jamais irão tocar novamente aquele chão familiar e seguro que conhecíamos tão bem. Coragem é colocar nas mãos da natureza todo o suposto controle que a gente achava que tinha sobre a vida. É abrir mão de quem a gente era. É aceitar que a dor do outro dói mais na gente que nossa própria dor. Coragem é passar por um monte de inseguranças, medos e desafios, sabendo que eles nunca mais irão acabar e mesmo assim se manter firme para ser o porto seguro de alguém. Coragem é assumir a responsabilidade de ser cuidador, educador e exemplo. É saber que existe uma pessoa a princípio 100% dependente de você e que garantir que esse serzinho frágil e indefeso se transforme em uma pessoa forte, segura e livre também depende muito de você.
Corajoso mesmo é esse ato tão natural de dar a vida.
Por isso hoje, depois de muita estrada rodada e muitas supostas loucuras realizadas, posso afirmar, sem sombra de dúvidas:
Ser mãe é a maior, mais emocionante e mais gratificante de todas as minhas aventuras.
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