O Brasil que a gente quer
Essa menina... Mais essa!
Confesso que me arrancou lágrimas. Lágrimas de emoção. Lágrimas de um grito contido que há muito sufoca no peito. Lágrimas de esperança. E até lágrimas de alegria. E, de repente... Orgulho. Que saudades que eu estava dele!
Esse texto aqui foi um dos primeiros que escrevi, em julho de 2016. Eu achava que o cenário estava ruim. O Cunha vivia nas capas dos jornais. A economia supostamente estava péssima. Eu percebia que a gente andava sem esperança, mesmo quando a esperança era gestada dentro de mim.
As olimpíadas do Rio pareciam um absurdo em meio àquele caos. Só se falava nisso. E aí os jogos chegaram. E aí veio o show. A emoção. A alegria. A gente merecia aquela alegria...
4 anos se passaram. Mas o ano olímpico não chegou. O que quer que pensássemos que sabíamos sobre caos, desordem, desilusão ou desesperança... Era tudo a mais pura inocência. Chegamos em um ponto no qual nem o mais pessimista poderia crer. O mundo sucumbiu. E o Brasil... Aonde estava nosso orgulho, nossa alegria, nossa esperança?
Os jogos de Tóquio pareciam um absurdo em meio a esse caos. Daqui até o Japão... Só se falava nisso. E aí os jogos chegaram. O caos continuou. Mas veio de novo a emoção. A alegria. Até o orgulho renasceu: do brilho nos olhos de uma menina negra que enaltece a favela. Da vitalidade prateada de uma criança que traz o futuro sobre rodas, direto do Nordeste. Da garra resiliente de uma judoca que pintou a história de bronze. Crianças, meninas, mulheres incríveis!
Não é mera ilusão. Não é só o circo. É uma centelha de esperança. É inspiração. Uma emoção que nos conecta em uma energia diferente. A gente ainda merece essas pequenas alegrias. A gente ainda merece essa emoção, esse orgulho, essa esperança.
Será que ainda poderemos nos tornar gigantes? Como você, Rebeca? Você, que tem a cara do Brasil que a gente quer ser?
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